99% dos membros do Comitê Central não ajudam o Presidente João Lourenço- diz Mário Durão

 


O empresário e militante do MPLA, Mário Durão expressou sua  profunda insatisfação com a composição do Comité Central do partido, alegando que este está preenchido por indivíduos sem mérito ou verdadeira militância, resultando em "muitas perdas" nas eleições de 2022.


Mário Durão que é  membro do Provincial de Luanda e do Comité Municipal de Ingombota, e com 51 anos de idade, iniciou a sua mensagem com um tom de admiração: "Bom dia, camarada Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço. Esta mensagem vai diretamente ao camarada Presidente, como meu presidente, do meu partido, que eu amo, admiro, como todos os outros dirigentes, também de outros partidos, também admiro o partido deles."

No entanto, a sua intervenção rapidamente se transformou numa crítica veemente à forma como os membros do Comité Central são selecionados. "Com todo o respeito, camarada Presidente, reveja bem estes membros do Comité Central. Como foram postos lá? De onde vieram? Onde militam?", questionou. Ele acusou a existência de "amiguismo", referindo-se a "primos, sobrinhos, as pequenas" que foram "postos lá" sem qualquer compreensão da militância ou dos estatutos do partido.


O militante sublinhou a falta de compromisso desses indivíduos: "Não entendem nada de militância, nem de estatuto. Não estão com amor à pátria, ao MPLA. Não sabem nem cantar o hino do MPLA." Ele contrastou esta situação com a dedicação dos "militantes assíduos", como ele próprio, que apoiam o partido "100%, sem pedir cargo, sem reclamar, sem nada em troca, sem 'micas' [subornos/favores]".


Apontando para as consequências desta alegada falha, o empresário afirmou: "Por isso é que em 2022 tivemos muitas perdas, por causa desse Comité Central, que puseram lá pessoas que não se vê de onde saíram. Jovens que vêm de não sei aonde, foram nas direções, que falam na nossa cara assim: 'Eu não tenho nada a ver com o MPLA. MPLA é o quê?'"


O orador fez questão de destacar a sua própria herança militante, identificando-se como "filho do camarada Durão do MPLA", que "andou sempre com o MPLA, Santana e Costado, no Rangel, 4 de fevereiro". Ele apelou ao Presidente Lourenço para que valorize os quadros que realmente trabalham e se dedicam ao partido, os "filhos de camponeses" que "gostam de trabalhar".


A mensagem culminou num apelo direto ao Presidente para que "reveja bem" a situação, especialmente antes ou depois do próximo congresso do partido. "Presidente, tem muito membro do Comité Central que nunca foi, nunca militaram. Tem muito membro do Comité Central que só foram postos, estavam em casa a dormir, nem sabem cantar o hino do MPLA", reiterou, acrescentando que "o Comité Central não aceita indicações à toa, da 'fuba'".


O militante expressou a sua esperança de que o partido saia "mais coeso, mais forte" das próximas eleições em 2027, com o apoio dos verdadeiros militantes. Concluiu a sua intervenção com um grito de guerra: "Juntos, pelo MPLA sempre!"

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